Resumo
Caryocar brasiliense Camb. (Malpighiales: Caryocaraceae) é amplamente distribuído por todo o ecossistema de cerrado. Os frutos de C. brasiliense são utilizados na alimentação humana e constitui uma importante fonte de renda para muitas comunidades. A perda de habitat provocada pelas mudanças de uso da terra coloca em risco a conservação de C. brasiliense. Insetos sugadores constituem um importante fator ecológico que, potencialmente, afeta o fitness de C. brasiliense em ambientes degradados. Além disso, as metodologias de amostragem de insetos para aplicação em estudos relacionados à conservação de C. brasiliense são pouco desenvolvidas. Neste estudo, o número de insetos sugadores (Hemiptera) e seus predadores foram avaliados em três estratos verticais do dossel de C. brasiliense. A distribuição das espécies sugadoras apresentou estratificação vertical ao longo da estrutura do dossel. O estrato basal do dossel apresentou o maior número de insetos sugadores Aphis gossypii (Glover 1877) (Hemiptera: Aphididae) e Bemisia tabaci (Genn. 1889) (Hemiptera: Aleyrodidae), e seus predadores Chrysoperla sp. (Neuroptera: Chrysopidae), aranhas (Araneae) e Zelus armillatus (Lep. & Servi., 1825) (Hemiptera: Reduviidae). Os predadores distribuíram-se de acordo com a disponibilidade de recursos, ocorrendo em maior número nas partes do dossel com maior abundância de suas presas.
Palavras-chave:
pulgões; Bemisia tabaci; Cerrado Brasileiro; Dikrella caryocar; Hemiptera; Pseudococcus sp.; estratificação vertical