Resumo
A variabilidade na composição dos venenos de serpentes é bem documentada e crucial para a compreensão da ecologia das serpentes ou do prognóstico dos envenenamentos ofídicos. Nesse estudo, caracterizamos a composição e a atividade biológica do veneno de fêmeas e machos recém-nascidos e sua mãe. Nossos resultados revelaram diferenças significativas entre o veneno de fêmeas e machos recém-nascidos, demonstrando uma ampla e diversificada gama de proteínas. Os venenos de fêmeas recém-nascidas apresentaram mais efeitos de serina protease, aumento da atividade hemorrágica e maior letalidade em comparação ao veneno dos machos recém-nascidos. No entanto, nenhuma diferença foi observada na fosfolipase A2 e na atividade coagulante. As diferenças na composição proteica e nas atividades tóxicas entre o veneno materno e neonatal, bem como entre os venenos de fêmeas e machos recém-nascidos contribuem para a compreensão dos diversos resultados dos acidentes ofídicos. Esses resultados ressaltam a importância de considerar o sexo e a ontogenia na compreensão da composição do veneno desses animais.
Palavras-chave:
serpentes; viperidae; Bothrops moojeni; récem-nascidos; veneno